Lembranças da 54° Feira do Livro
Trevisan, a homenagem do escritor a sua neta
Ivani, entrevista a jornalista Sônia Bridi
Lia Lluft, e a escritora Dancin
Sheron e a mãe, prestigiam o Senador Paim
Hora de rever os amigos
Eva e Ester
Paim e Luis"Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo."
Em 2008, homenagem ao PernambucoCom esse slogan, foi inaugurada, em 16 de novembro de 1955, a primeira Feira do Livro de Porto Alegre, considerada, hoje, como o maior evento do gênero realizado ao ar livre, de forma contínua, no continente americano. O idealizador, jornalista Say Marques, diretor-secretário do Diário de Notícias, buscou inspiração em uma feira que havia visitado na Cinelândia, Rio de Janeiro.
Foi durante um café com os amigos Maurício Rosenblatt e Mario de Almeida Lima na Confeitaria
Central, Largo de Medeiros, que nasceu a idéia de realizar um evento nos mesmos moldes em Porto Alegre. "Fomos para a praça como guris para um piquenique; loucos de alegria, mas sem saber o que iríamos encontrar", afirmava Rosenblat naquele ano. Classificadas, até
então, como "elitistas", as livrarias rio-grandenses instalaram 14 barracas de madeira em torno do monumento ao General Osório, buscando popularizar o livro com descontos significativos.
À sombra dos jacarandás e dos guapuruvus floridos, a Porto Alegre dos 400 mil habitantes de então assistiu ao surgimento do mais tradicional encontro literário do Estado, oficialmente
inaugurado após o discurso do secretário de Educação e Cultura, Liberato Salzano Vieira da Cunha.
Nos anos que viriam, com a mudança do regime e o cenário político conturbado, a apreensão de livros ou o veto à sua exibição ocorreriam muitas vezes e, em 1964, às barracas tradicionais somavam-se a do Diretório Estadual dos Estudantes, da Biblioteca do III Exército
e da chamada Delegacia de Costumes. Passadas as turbulências, nas décadas seguintes o evento reafirma o caráter lúdico e democrático; as sessões de autógrafos se multiplicam, várias entidades passam a participar e as tradições se estabelecem: a serenata de Plauto Cruz, Peri Cunha e Darcy Oliveira marca, anualmente, o encerramento da festa, mais tarde pontuada pelo emblemático toque da sineta do "xerife" Julio La Porta, anunciando que, se a festa então se despedia, era apenas até que os jacarandás voltassem a florir.
Se na primeira edição da Feira os livreiros fundadores chegaram, para espanto de muitos, a dormir sob as barracas acompanhados dos filhos, a presença expressiva de crianças e jovens nos eventos seguintes já era esperada.